Pioneiro na implementação de medidas proativas para garantir a segurança e confiabilidade dos dados, o banco destacou no Web Summit Rio que vem investindo em uma série de iniciativas, a fim de antecipar os potenciais impactos dessa tecnologia. As ações vão desde experimentos com casos de negócio, parcerias com outras empresas e universidades até treinamento de funcionários.
O Bradesco participou de mais uma edição do Web Summit Rio, maior festival de inovação e tecnologia do mundo, que aconteceu entre os dias 15 e 18 de abril, no Riocentro. Além de ter sido um dos patrocinadores do evento, o banco marcou presença no painel “Bringing quantum to life” – em tradução livre, “Dando vida ao quantum”.
Reconhecendo os potenciais impactos da computação quântica na criptografia e na segurança de dados, Edilson Reis, CIO da instituição financeira, falou sobre os usos práticos da tecnologia e reforçou como o banco está implementando medidas proativas para lidar com os desafios em meio aos avanços tecnológicos. “Estamos trabalhando na construção de casos de uso para a tecnologia, treinamento de funcionários e mapeamento dos sistemas para utilização dos novos algoritmos pós-quânticos”, afirma Reis.
É essencial destacar que o processo de padronização conduzido pelo NIST (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos) é um elemento fundamental nesse processo. Segundo o executivo, o NIST já selecionou quatro algoritmos pós-quânticos e o segmento aguarda as documentações para padronização. “Ter esses padrões definidos é de extrema importância, pois estabelecem diretivas e material de referência para o uso dos novos algoritmos, que são itens necessários para que todos possam realizar suas migrações de maneira efetiva e segura”, diz Edilson.
O setor financeiro usa criptografia para transações bancárias, certificados digitais, armazenamento dos dados, entre outros. O Bradesco, por meio do inovabra, seu ecossistema de inovação, tem trabalhado com empresas parceiras e universidades, para identificar potenciais algoritmos criptográficos vulneráveis aos computadores quânticos. A instituição financeira ainda tem feito experimentações com o uso da tecnologia para a otimização de portfólios de investimento com grande número de ativos, com o objetivo de atingir a melhor combinação entre a maior rentabilidade e o menor risco.
Além disso, o banco reconhece que os impactos dessa tecnologia não são exclusivos do setor financeiro. Outras indústrias também dependem da criptografia para proteger seus dados. “Esse é um campo em rápida evolução que oferece não apenas desafios, mas também oportunidades. Estamos comprometidos em manter a segurança e a confiabilidade de nossos serviços em um mundo cada vez mais digital e quântico”, explica o CIO.
Sobre a computação quântica
A computação quântica é uma tecnologia emergente que utiliza os princípios da física quântica, como superposição e emaranhamento, para processar informações de maneira totalmente diferente da computação clássica. Enquanto a computação clássica utiliza bits, que representam 0 ou 1, a computação quântica trabalha com qubits, que podem estar nos estados 0, 1 ou ambos simultaneamente, graças à superposição. Isso permite que os computadores quânticos possam resolver certos problemas de forma mais rápida do que os computadores clássicos, incluindo a quebra de alguns algoritmos criptográficos convencionais, o que levanta desafios e oportunidades significativas para a segurança da informação.